
O trabalho é visto como um dos componentes da felicidade humana, onde a felicidade no trabalho é tida como resultante da satisfação plena de necessidades psicossociais, do sentimento de prazer e do sentido de contribuição no exercício
da atividade profissional. Segundo alguns autores trabalhar é uma das maneiras mais importantes do homem se posicionar como indivíduo único, que é algo que complementa e dá sentido à vida.
Por isso, a satisfação no trabalho exerce influência sobre o estado emocional do indivíduo, manifestando-se na forma de alegria decorrente da satisfação ou na forma de sofrimento decorrente da insatisfação.
Alguns estudos vêm tentando fazer associações entre saúde física e satisfação no trabalho e, apesar das dificuldades para o estabelecimento dessa relação, visto que condições físicas podem ser covariáveis e não consequências do nível de satisfação no trabalho; há a possibilidade de haver uma correlação direta entre a melhores índices de saúde física em indivíduos satisfeitos, bem como maior risco para a ocorrência de problemas de saúde como fadiga, dificuldade respiratória, dor de cabeça, problemas digestivos e dores musculares, em indivíduos insatisfeitos no trabalho.
Na proposta dessa correlação entende-se a satisfação como um estado emocional, onde as emoções promovem respostas físicas involuntárias, onde o nível de satisfação (estado emocional) pode atuar como fonte de estresse agindo sobre o trabalhador de forma a provocar reações orgânicas.
A título de reflexão o que tem sido proposto para as Empresas é que busquem assegurar um ambiente de trabalho que possa trazer a satisfação de seus funcionários, especialmente através de avaliações da necessidade de mudanças na concepção e organização do trabalho, que têm mostrado promover impactos substanciais tanto sobre a satisfação no trabalho, como sobre a saúde dos trabalhadores.
Alguns exemplos de ações que podem contribuir para uma maior satisfação no trabalho:
- Possibilitar maior autonomia e o menos controle no trabalho exercido pelos trabalhadores, com aumento das participações individual e coletiva em processos decisórios.
- Incentivar a participação direta dos trabalhadores de todos os níveis hierárquicos em propostas e discussões.
- Envolver as pessoas no planejamento e organização do trabalho e não apenas na execução.
- Assegurar clara definição das competências e das responsabilidades de cada tarefa assegurando a evitação de conflitos, ambiguidade de papéis e excesso de pressões.
- Favorecer a aprendizagem e o desenvolvimento de competências.
- Possibilitar o enriquecimento do trabalho e trazer desafios possibilitando que os trabalhadores desempenhem tarefas mais complexas, onde possam utilizar e desenvolver seus conhecimentos e habilidades.
- Reconhecer e valorizar os trabalhadores e seu trabalho, com ênfase na clareza da apresentação e critérios de avaliação.
- Assegurar que haja adequado suporte social aos trabalhadores para orientação ou encaminhamento adequado para questões ligadas à vida e ao trabalho.
- Assegurar que as informações cheguem completa e rapidamente às
pessoas que delas necessitam; disponibilizando informações transparentes e claras evitando tensões resultantes da incerteza e de informações mal planejadas, conflitantes ou tardias; - Promover melhorias das condições do ambiente físico de trabalho por meio de (re)adequação das condições ambientais e ergonômicas.
Fonte: Martinez, M. C. & Paraguay A. I. B. Satisfação e saúde no trabalho – aspectos conceituais e metodológicos Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 2003, vol. 6, pp. 59-78
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